Um grupo composto por seis homens e uma mulher foi expulso da academia de ginástica Unique, localizada na 906 Sul, em Brasília. Os alunos afirmam que a decisão foi tomada sem motivo aparente e acreditam terem sido vítimas de homofobia. Em entrevista ao Metrópoles, um dos expulsos relatou o ocorrido, destacando que tudo começou no dia 7 de julho, quando um funcionário da academia pediu para que eles deixassem o ofurô. A solicitação foi prontamente atendida.
No entanto, na quinta-feira, todos os sete receberam uma mensagem via WhatsApp informando sobre o desligamento, decidido unilateralmente pela academia. Outros dois alunos, indignados com a situação, pediram a rescisão do contrato antes mesmo de receberem a notificação de expulsão. Na mensagem, uma funcionária da academia alegou que o desligamento ocorreu “devido à violação das regras, conforme previsto na cláusula contratual”. A norma supostamente infringida seria a “prática de qualquer conduta ofensiva, ilegal ou que, de alguma maneira, cause perturbação ao ambiente”.
Um dos banidos, que preferiu manter o anonimato, nega ter quebrado qualquer regra. “Não houve nenhum ato libidinoso ou algo nesse sentido. Não fizemos nada que fugisse dos padrões”, afirmou. “Eu entendo que [a expulsão] foi um ato nada razoável. Se isso não é homofobia, eu não sei o que é. O que há de mais no fato de terem nove pessoas na banheira?!” O aluno destacou que, dos sete expulsos, seis se identificam como LGBTQIAP+. Além da homofobia, ele também acredita que houve gordofobia envolvida. “Nós somos quem nós somos, e talvez isso incomode por não nos encaixarmos em padrões”, alegou.
Após o comunicado da academia, os alunos procuraram a diretoria em busca de explicações, mas não obtiveram resposta. Eles também mencionaram que não havia nenhum aviso no ofurô com as regras expostas, o que dificultou saber quais normas deveriam ter sido respeitadas.
Antes
Na semana anterior à expulsão, alguns dos alunos já haviam abordado os gerentes da unidade para expressar descontentamento com a falta de representatividade na academia. Segundo eles, o espaço não é acolhedor para pessoas LGBTQIAP+. Os donos da academia responderam de maneira que os alunos consideraram preconceituosa. “Eles [os alunos] questionaram, por exemplo, por que a academia não se manifestou no Dia do Orgulho LGBT, em 28 de junho. Os donos responderam com a pergunta: ‘Eu vou fazer o Dia do Orgulho Hétero também?!’. Disseram ainda que a orientação de comunicação deles segue as premissas da Igreja Católica, e que não fariam uma postagem somente para provar que nós éramos bem-vindos ali.”
O que diz a academia
Após o comunicado oficial enviado via WhatsApp, a academia informou pessoalmente a alguns dos expulsos que a banheira na qual os nove alunos estavam só suportava três pessoas e tinha limite de peso. Alegando quebra de contrato, a unidade ressarciu os valores referentes a cada aluno. A reportagem procurou a academia para comentar o caso, mas até a publicação desta matéria, não houve retorno. O espaço segue aberto para futuras declarações.
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