Preta Gil, que morreu em julho após complicações de um câncer no intestino, havia manifestado a amigos o desejo de transformar suas cinzas em diamantes. Esse pedido foi atendido, conforme mostrado em reportagem do Fantástico, e parte das cinzas da artista foi enviada a um laboratório em São Paulo para a produção das pedras. Preta Gil tinha interesse pela técnica desde que soube da possibilidade de criar diamantes em laboratório e considerou a ideia magnífica ao perceber que poderia se tornar uma joia. O processo utiliza o carbono presente nas cinzas para dar origem ao diamante, e o material é trabalhado com nanotecnologia para alcançar a estrutura final. Veja:
Uma lembrança cheia de amor! A família da Preta Gil atendeu um desejo da cantora e transformou as cinzas dela em um diamante 🥹🫶 #Fantástico pic.twitter.com/bma7wUDREj
— TV Globo 📺 (@tvglobo) November 24, 2025
Um diamante é composto apenas por carbono. No laboratório, o carbono extraído das cinzas é transformado em grafite e enviado à Índia para a finalização da produção. A partir do material recebido foram criados doze diamantes destinados a amigos próximos, entre eles Duh Marinho, Gominho, Carolina Dieckmann e Jude Paulla. Outra parte das cinzas de Preta Gil foi enviada a um laboratório em Curitiba, que produziu um diamante para a família Gil, realizado integralmente no Brasil. A neta da cantora, Sol de Maria, e a mãe, Sandra Gadêlha, estão entre os nomes que receberam a lembrança.
A transformação laboratorial simula o que ocorre na natureza, porém em um período muito menor. Para isolar o carbono da amostra são utilizados processos de queima, removendo elementos como enxofre, potássio e compostos orgânicos, até restar carbono puro. O químico Dennys Alves explicou que esse carbono em pó passa por alta pressão e temperatura para se transformar em grafite. O grafite é condensado em uma pastilha colocada dentro de uma cápsula com componentes de pressão e carga elétrica. A temperatura pode chegar a 2000 ou até 3000 graus. O material segue para uma prensa que simula condições da crosta terrestre, sendo submetido a uma pressão comparada ao peso do Monte Everest na ponta de uma agulha. Os átomos de carbono se reorganizam e, em cerca de sessenta horas, o diamante bruto é formado. Após essa etapa, o diamante é lapidado e polido até alcançar brilho e formato final. Os custos para fabricar um diamante de laboratório variam conforme o tamanho e partem de R$ 3.800 nesta empresa.
O diamante da família Gil tem 0,3 quilate e está pronto para ser entregue. Os diamantes produzidos para os amigos de Preta Gil também começaram a ser enviados. Anos antes, Duh Marinho, Gominho, duas amigas e Preta Gil tatuaram um diamante no dedo como símbolo de amizade, e o gesto ganhou novo significado. As pedras produzidas recebem certificação marcada a laser, visível com lupa de quarenta vezes, com o nome da pessoa homenageada. Quando um feixe de luz encontra o diamante, ele se multiplica, simbolizando que a luz da pessoa continua se expandindo. Gominho afirmou que o gesto representa a força de Preta Gil e declarou que ninguém destrói ou quebra o que ela simboliza.
A reportagem também mostrou a história de Mário e Sônia. O casal se conheceu aos quinze anos e teve as cinzas misturadas pelas filhas para a produção de uma única pedra, simbolizando a relação inquebrável dos dois. Mário morreu em 2021 devido à Covid e Sônia em dezembro de 2023 após complicações de um tratamento contra o câncer. A filha Taisa Berlingieri relatou a emoção ao ver as cinzas e memórias transformadas em algo valioso e bonito. Outra parte das cinzas do casal foi transformada em flor e espalhada na árvore mais bonita do quintal, onde o vento e o sol trazem sensação de paz.
Confira mais notícias sobre Preta Gil e outros famosos nas redes sociais do jornalista Daniel Neblina.
