A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) declarou apoio às cotas sociais para pessoas transexuais e travestis em universidades e no serviço público. A declaração foi feita durante participação no podcast Cortadas do Firmino, onde a ex-ministra dos Direitos Humanos também afirmou se identificar com travestis e classificou o grupo como “duplamente vulnerável”, por enfrentarem, ao mesmo tempo, discriminação por identidade de gênero e pobreza.
Damares destacou a dificuldade enfrentada por travestis para acessar educação formal e ingressar no mercado de trabalho. Segundo ela, o “jeito exuberante” das travestis é um dos fatores que contribui para a exclusão profissional. “É muito fácil você conseguir um emprego para um gay, para uma lésbica, para um trisal. Mas, a travesti, pelo jeito exuberante dela, você não encontra em um banco trabalhando”, pontuou. A senadora defendeu cotas sociais como forma de reduzir desigualdades e garantir inclusão.
Veja o que disse Damares:
Durante a entrevista, Damares afirmou que a criação de políticas públicas voltadas a pessoas trans não deve ser pauta exclusiva da esquerda. “Essa pode ser uma pauta da direita, claro. E foi no governo Bolsonaro”, disse. Ela contou que, em 2018, logo após ser anunciada como ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, se reuniu com representantes do movimento LGBTQIA+ para ouvir as demandas mais urgentes. “Eles falaram para mim que o maior problema, quem tinha ficado para trás até aquele momento, eram as travestis, e nós reconhecemos isso”, afirmou.
A senadora disse ainda que apresentou ao ex-presidente Jair Bolsonaro dados sobre a situação de travestis encarceradas, muitas presas por tráfico de pequenas quantidades de drogas. Segundo ela, as informações sensibilizaram o ex-chefe do Executivo. “Nós chegamos a arrancar lágrimas do Bolsonaro. Ele disse: ‘cuida deste público’”, relatou. Damares mencionou casos de travestis que, ao sair da prisão, preferem retornar ao cárcere por não terem para onde ir.
Ainda segundo a senadora, o governo Bolsonaro promoveu ações para qualificação profissional de travestis em áreas diversas, e não apenas em salões de beleza. “Sabe o que a gente fez? Fomos qualificá-las, mas não para ser cabeleireiras. Qual é o potencial dessa cidade? É a indústria? Vamos qualificar para indústria”, explicou.