Avião que caiu tinha problemas mecânicos; investigação e identificação das vítimas avançam

ATR-72 da Voepass que caiu em Vinhedo, São Paulo, na última sexta-feira (9/8), matando 62 pessoas
Imagens da queda do avião da Voepass em Vinhedo Imagens da queda do avião da Voepass em Vinhedo
Imagens da queda do avião da Voepass em Vinhedo - Foto: Reprodução/Globo

O acidente com o avião ATR-72 da Voepass que caiu em Vinhedo, São Paulo, na última sexta-feira (9/8), matando 62 pessoas, continua a ser alvo de investigações detalhadas. Documentos obtidos pelo jornal O Globo revelam que a aeronave tinha vários problemas pendentes de reparo, alguns dos quais podem ter influenciado no acidente. Entre os itens listados estão defeitos no painel de navegação, no Indicador Eletrônico de Situação Horizontal (EHSI), e em um dos freios de roda. Embora o EHSI não seja considerado indispensável, ele auxilia na visualização simultânea de dados críticos de navegação, o que poderia ter sido relevante durante a queda.

O relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) indicou que o avião voou por 1 hora e 35 minutos antes de fazer uma curva brusca e cair cerca de 4 mil metros em menos de um minuto, explodindo ao atingir uma casa em um condomínio. Especialistas sugerem que a queda em espiral pode indicar um estol, situação na qual a aeronave perde sustentação. A retirada da aeronave do local só será realizada após a conclusão dos trabalhos de investigação no terreno.

Até o momento, as duas caixas-pretas do avião foram recuperadas, e todo o conteúdo foi extraído com sucesso. A análise detalhada dos dados deve fornecer informações cruciais para entender as causas do acidente. O Cenipa planeja divulgar um relatório preliminar em até 30 dias.

A Voepass, em nota, afirmou que a aeronave estava em condições aeronavegáveis, cumprindo todos os requisitos e exigências legais, e reiterou seu compromisso em apoiar as famílias das vítimas, providenciando transporte, hospedagem e suporte emocional.

Paralelamente, o trabalho de identificação dos corpos das vítimas, iniciado na sexta-feira (9), continua a todo vapor. O Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo, com apoio de peritos do Paraná e da Defesa Civil, está utilizando métodos avançados de identificação, como reconhecimento facial, análise de impressões digitais e, em último caso, testes de DNA. Até o momento, 12 vítimas foram identificadas, e oito corpos devem ser liberados para as famílias nas próximas horas.

A tragédia gerou comoção e homenagens no local do acidente. O governo de São Paulo reservou acomodações em hotéis para os familiares que chegam à capital para o reconhecimento dos corpos, oferecendo também acompanhamento psicológico. As famílias que não puderem se deslocar até São Paulo estão sendo atendidas nos núcleos locais do IML para entrega de documentação e coleta de material biológico.

O cenário de dor e perda é agravado pela necessidade de respostas rápidas e precisas sobre as causas do acidente. As investigações devem continuar nos próximos meses, com a análise minuciosa de todos os fatores envolvidos, incluindo as condições técnicas da aeronave e o ambiente operacional durante o voo.

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